quarta-feira, 12 de maio de 2010

TODO APOIO A GREVE DOS SAPATEIROS!

“Nós, da APP, estamos prestando solidariedade ativa a greve dos sapateiros de Franca, indo para as portas das fábricas, ajudando nos piquetes, levando faixas e cartazes, lado a lodo com os trabalhadores. Somos contra a militarização das fábricas assim como outros tipos de repressão que a patronal vem implementando, tentando acuar sapateiros e sapateiras. Lutamos para romper a apatia na universidade e que mais estudantes somem-se a essa importante e apaixonante batalha ao lado dos operários, construído um comitê de solidariedade a greve dos sapateiros.”

Na semana que se passou (do dia 15 ao dia 19 de março) os trabalhadores do setor calçadista de Franca SP, aliados ao sindicato iniciaram uma série de greves pelo aumento dos salários que se encontram baixíssimos perante a necessidade de uma família brasileira, sendo abaixo do salário mínimo do Estado de São Paulo, sem mencionar as péssimas condições de trabalho em que se encontram os sapateiros e sapateiras de Franca.

Nós do Movimento “A Plenos Pulmões” da UNESP de Franca representando o Movimento Estudantil, temos como um de nossos ideais a defesa da classe trabalhadora. Assim que tomamos conhecimento das greves que estavam acontecendo nos mobilizamos para então prestar solidariedade ativa aos trabalhadores em suas manifestações.

O sindicato mobilizou uma fábrica por vez, e os trabalhadores em seu protesto, paralisaram a produção e assim permaneceram esperando negociações com os patrões. Na segunda-feira começou a greve da Free Way, importante fábrica que conta com cerca de 800 trabalhadores, que tem uma de suas instalações no Distrito Industrial da cidade. O sindicato, os trabalhadores já envolvidos, e nós da APP, estávamos lá no horário de início do expediente de produção incentivando a adesão da mobilização pelos trabalhadores. No primeiro dia conseguiu-se uma paralisação de uma parte significativa de trabalhadores. Porém, no dia seguinte, quando a greve tomaria ainda mais fôlego e mais trabalhadores se somariam a paralisação, os patrões acionaram a polícia militar e seguranças privados que impediram a assembléia dos sapateiros e a continuação da greve, o que por lei, é direito do trabalhador. Isso foi um ato totalmente inaceitável, onde fica exposta a verdadeira intenção patronal, onde não há uma preocupação real com os trabalhadores, mas apenas que os mesmos continuem a produção, gerando lucro para seus patrões.

Na terça-feira, dia 16, a grande maioria dos trabalhadores aderiram à greve, e entre os poucos que iniciaram a produção, muitos estavam com insegurança quanto a sua permanência na fábrica por estarem dentro do período de experiência. Um de nossos companheiros da APP, Rafael Borges, fez uma fala no alto falante que o sindicato providenciou, mobilizando os trabalhadores e ressaltando a importância destes na produção, já que sem eles, ela não existe assim como sem eles não há a indústria, o que fica evidenciado na greve.
Ficamos quase o expediente todo lá. No final do dia os trabalhadores conseguiram fazer a negociação com os patrões através do sindicato conseguindo 3% de aumento do salário além do ajuste inflacionário, totalizando 7,5%.

Sabemos que esta é uma quantia extremamente pequena comparada ao que um trabalhador e uma trabalhadora necessitam para sustentar com dignidade uma família. Mas a APP fica feliz com essa conquista dos sapateiros de Franca e de ter feito parte desta luta, ainda mais quando estes, após o final da greve, nos agradeceram pelo apoio e declararam que tínhamos sido a energia que eles precisavam para mais esse passo dado na causa dos trabalhadores.
No dia seguinte fomos a Ital Forma, prosseguindo o trabalho em união com o Sindicado dos Sapateiros. Chegamos lá antes do expediente, onde os membros sindicado, com auxilio de um caminhão de som, conversavam com os trabalhadores, explicando como seria o ato do dia. Ficou combinado que eles iriam suspender a produção até que os patrões entrassem em negociação com o sindicato e assinassem o aumento de 7%. Nesse dia levamos algumas faixas e cartazes em incentivo aos trabalhadores e também tivemos a posse da palavra, onde nosso companheiro Leandro (Che) disse algumas palavras citando qual era nosso movimento e dizendo que estavamos dando total apoio a mobilização da classe trabalhadora não só nesse dia, mas sim sempre que for necessário.

É uma experiência única para os membros da APP participar das greves estando tão próximo ao movimento dos trabalhadores, e dessa forma poder ver a realidade deles, entender o porquê de suas lutas e reivindicações. O que mostra que os estudantes estão além da faculdade e lutam para que a classe operária avance em suas conquistas. Nós esperamos sempre poder colaborar com eles e faremos o possível para lutar ao lado desta classe tão injustiçada ao longo de toda a história.
Para finalizar, citemos um trabalhador sapateiros que saudou a participação dos estudantes nessa importante greve: "Vocês estudantes, foram a energia da nossa greve!".

É nesse sentido que entendemos a aliança operário-estudantil, aportando na luta dos trabalhadores. Agora entendemos que é fundamental, para que consigamos transformar radicalmente a universidade a "energia" e aliança dos trabalhadores. É por isso que lutamos!
José Inacio Neto - 1º Ano História
Marilia Tanaka Sebin - 1º Ano História
Thiago Dehon Souza - 1º Ano Serviço Social

quarta-feira, 14 de maio de 2008

ENSINO DE POUCOS PARA POUCOS

Por Larissa Zambelli (1º Direito) e Livia Berdu (4º SS)

Entra ano, sai ano e as chamadas “reformas” propostas pelos governos continuam seguindo a mesma lógica neoliberal, que implica na fragmentação e precarização cada vez maior dos serviços públicos, como a saúde, lazer, segurança e educação, além das terríveis condições de trabalho que enfrentam a maioria da população brasileira. Nesse contexto, encontra-se o ensino superior, ou seja a UNESP!, que sofre diariamente as conseqüências dessas políticas. O exemplo prático dessa política e que estamos inclusive vivenciando-o é o da construção do campus novo: novo endereço para a UNESP, porém mesmos problemas para a universidade.
Depois de 20 anos de promessas, finalmente “sai do papel” o novo campus. A empreiteira MVG Engenharia e Construções vence o leilão e começa a construção do campus e precisa, em tempo recorde, entregá-lo ainda no ano de 2008. Tempo recorde? Em outras palavras, com a total desvalorização dos direitos trabalhistas! Trabalhadores que vêm de toda a região próxima para construir uma universidade, universidade para quem? Para essa minoria elite de nosso país.
Para além de todos esses problemas dessa política neoliberal que esquece a maior parte de nossa população, ainda nos deparamos com o sucateamento do ensino público. Uma universidade que além de servir uma minoria, dá continuidade a essa política quando se abstém de qualquer política de assistência estudantil. A construção desse novo campus de Franca é absurda, não leva minimamente em conta as particularidades do prédio, segue a mesma lógica dominante, resultando assim numa nítida falta de estrutura tanto do terreno quanto do prédio que está sendo levantado.
O terreno é dominado pela voçoroca, da qual pode resultar problemas ainda maiores, como o entupimento da rede de esgoto local. O restaurante universitário que é um problema atual e todos pensaram que finalmente seria esse um problema resolvido, não! Deparamo-nos com o triste fato que nosso diretor Dr. Ivan acredita que simplesmente implantando cartão magnético e catracas na porta do RU os problemas se resolverão, quando na verdade só piorarão, uma vez que impossibilitará que as pessoas continuem dividindo a bandeja. Para aumentar o número de refeições, precisamos aumentar o número de trabalhadores na cozinha, por isso levantamos já nossa bandeira por contratações imediatas e pela não precarização do trabalho!
Ao invés de ficarmos nos preocupando com catracas em todas as portarias, com medidas de segurança, com rondas etc, devemos nos preocupar com as salas de aula que ficarão com seu tamanho reduzidos, com os grupos de extensão que não terão sala, com o espaço das entidades que reduziu drasticamente! Como o senhor Dr. Ivan mesmo anunciou, nós não queremos dar passos para trás, queremos dar passos adiante! Deixar a biblioteca apertada, reduzir o tamanho das salas de aula, não construir um salão para as palestras (o que chamamos hoje de “salão nobre) e ainda reduzir drasticamente o espaço onde os estudantes reúnem-se e discutem politicamente suas atuações, realmente, se não for dar passos para trás, seria o quê? Devemos incentivar o acesso da população à universidade e não amedrontá-las com catracas, câmeras e crachás! Queremos acesso livre e irrestrito e não um acesso onde perpetuará esse elitismo, afinal quem determinará quem pode e não pode entrar naquele espaço? Quem ditará as regras sobre o certo e o errado? Será que somos “nós”? Nós que nem espaço para nos manifestar livremente nos conselhos de curso, na congregação temos? Nós que nem votos no conselho universitário temos? Ou seria o “nós” da periferia, que nem segurança e moradia temos? Nós do morro do Complexo do Alemão que não nos permitem a defesa só o preconceito e tiros da polícia? Nós da periferia de Salvador que nos amontoam os corpos tomados de tiros todas as semanas?
A universidade não é praça pública como disse o Dr. Ivan, pois a universidade também não é nossa e devemos lutar para que seja! Nossa e de todos os trabalhadores! Nossa e de todo o povo pobre! Nossa!

- PELO LIVRE ACESSO A UNIVERSIDADE!
- PELA CONTRATAÇÃO IMEDIATADA DE MAIS TRABALHADORES!
- POR MAIS ASSISTENCIA ESTUDANTIL!
- PELA IMEDIATA CONTRATAÇÃO DOS TERCEIRIZADOS!
- PELO FIM DA PRECARIZAÇÃO DO ENSINO!
- PELO FIM DAS CATRACAS E DAS CAMERAS DE SEGURANÇA!
- PELO FIM DESSA BUROCRACIA ACADÊMICA!

MOVIMENTO A PLENOS PULMÕES
Do questionamento da universidade de classes ao questionamento da sociedade de classes

Jornal da APP Franca


Jornal do Movimento A Plenos Pulmões - Franca
Frente a um movimento estudantil que se mostra em refluxo, que se colocou como grande protagonista durante o ano passado na luta nacional/estadual contra os projetos da burguesia que visavam 'solucionar' a 'crise universitária' - como os decretos do governador Serra para as universidades estaduais paulistas, e tanto o PROUNI quanto o REUNI de Lula para as universidades federais - o movimento A Plenos Pulmões busca analisar de forma precisa esses fenômenos de luta, que se deram ano passado, e se dão, em menor grau, esse ano, seus avanços e suas debilidades, tirando as lições, buscando sempre ligar as lutas por demandas mínimas e democráticas com um projeto de universidade que parta de um questionamento profundo sobre a estrutura de poder na universidade (totalmente anti-democrática), a quem serve o conhecimento hoje produzido nos tidos como 'centros de excelência' (universidades públicas) e quem ocupa hoje as cadeiras dessas mesmas universidades. É fundamental que os estudantes se auto-organizem, discutam nas salas de aula os problemas mais visíveis do ensino público hoje e lutem por um ensino público, de qualidade, que seja composto pela classe trabalhadora, e que volte seu conhecimento para o conjunto da população.

- PELO DIREITO A PERMANÊNCIA ESTUDANTIL!

- CONTRA A POLÍTICA ELITISTA DA REITORIA DO 'BENEFÍCIO ÚNICO'!

- PELA CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES DE QUALIDADE E FUNCIONÁRIOS EFETIVADOS!

- PELA IMEDIATA INCORPORAÇÃO DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS AO QUADRO DE TRABALHADORES EFETIVADOS!

terça-feira, 8 de abril de 2008

"Nem um passo atrás, muitos a frente!" - Apoio dos estudantes da Unesp Franca às lutas na UFB e UFMG

Frente a esse importante fenômeno de luta e questionamento, tanto da exorbitante e absurda corrupção do reitor da UNB TimothyMulholland quanto, mais de fundo, da estrutura de poder totalmente anti-democrática da universidade, além da importante ofensiva dos estudantes da UFMG contra as ações truculentas por parte dos policiais, os estudantes de Franca, em assembléia, se posicionaram em defesa dos estudantes que seguem ocupados lutando. Nós, do movimento A Plenos Pulmões - Franca acreditamos ser esse um importante passo para unificarmos importantes lutas que questionem as estruturas universitárias, toda a corja de ladrões e burocratas acadêmicos, além de se forjar uma luta em defesa de um ensino público, gratuito, a serviço dos trabalhadores.

MOÇÃO DE APOIO AS OCUPAÇÕES DA UNB E DA UFMG

Nós Estudantes da Unesp Franca Reunidos em Assembléia Geral no dia 8/4 nos manifestamos pelo total apoio às ocupações das reitorias da UFMG e da UNB.
Essas ocupações expressam a continuidade das lutas do ano passado quando o movimento estudantil se levantou em todo o país para lutar contra os projetos de acentuação da mercantilização nas universidades.
É mais do que necessário que o conjunto do movimento estudantil se coloque em solidariedade, mas também se reerga e se ponha novamente em uma luta coordenada para se enfrentar contra essa estrutura acadêmica e sua burocracia, que não é só corrupta e fascista, mas também garante aprovação de leis e decretos que precarizam a educação e colocam a universidade a serviço de uma ínfima minoria. Ontem foi a USP, hoje aparenta ser a UNB o bastião das contradições e lutas que ainda ecoam na universidade.
Chamamos todos os estudantes a reconstituir as discussões e mobilização.
A luta ainda não foi vitoriosa e permanece com todas as suas contradições, por isso mesmo se faz necessário corrigir os erros passados para que possamos avançar. È mais do que na hora de fazermos um balanço serio das lutas do ano passado.
Devemos coordenar as lutas para usufruí-las toda sua força.
Colocar de pé um sistema democrático de delegados de base revogáveis por salas de aula, para que as ocupações não virem um fim em si e não se isole do conjunto dos estudantes.
Devemos buscar uma aliança com os trabalhadores da universidade e de fora dela, promovendo uma verdadeira aliança operário-estudantil que expanda o movimento e suas demandas para toda a sociedade.

Nem um passo atrás, muitos a frente!



Assembléia Geral dos Estudantes UNESP-Franca 8/4/08

sábado, 29 de março de 2008

Discussão com a academia - Marxismo como ferramenta revolucionária

O Marxismo como ferramenta de interpretação e transformação da realidade, e não como “mera” teoria academicista

Torna-se cada vez mais comum, nas salas de aula, tanto alunos como professores afirmarem a morte do marxismo. Vangloriam-se e falam, com um largo sorriso, que a decadência do regime soviético, a queda do muro de Berlim demonstram o desmoronamento de toda uma doutrina que já nasceu fadada ao fracasso. Acusam a teoria marxista pela burocratização da União Soviética. Alegam que esse sim era o “socialismo real”.
É impressionante como tentam desconstruir de forma simplista e nada científica um pensamento que nasceu de anos e anos de reflexão, nasceu da apurada observação científica e do acúmulo de experiências da classe operária, e que também se originou do que se tinha de mais avançado das próprias teorias burguesas, como da análise econômica clássica inglesa, do socialismo francês e da filosofia clássica alemã, como se essa desconstrução e a decretação da morte do marxismo pudesse e possa ser feita de forma mecânica, e meramente por uma vontade ou gosto individual. Infelizmente, para esses alunos e acadêmicos, a realidade prova que a teoria marxista está demasiadamente viva.
No entanto, ao não conseguir provar de forma científica a morte do marxismo, ou então o fim da classe trabalhadora, a academia burguesa, faculdades, universidades, que produzem seu conhecimento para a manutenção do sistema capitalista, buscam “capar” cada vez mais o marxismo da sua essência revolucionária. Professores, os mesmos que já não conseguem sustentar perante seus alunos o fim do marxismo, declaram a utilização apenas da análise materialista, ou seja, o materialismo histórico de Marx. Fragmentam o marxismo (como se isso fosse possível), e o deturpam ao máximo, pois sabem que por suas posições políticas - seus anseios de manterem o status quo da sociedade - não podem e nem querem levar o marxismo até as suas últimas conseqüências, ou seja, de transformar radicalmente a sociedade a partir da tomada de poder da classe trabalhadora, e consequentemente com o fim de sua divisão de classes.
O mais interessante, é que, quando o “marxismo” é mantido vivo na academia, são criados “nichos” de discussões, como se o mesmo pudesse ser estudado apenas de forma paralela ao próprio currículo dos cursos de humanas. Maior exemplo disso é o Centro de Estudos Marxistas da Unicamp, que se vangloria de organizar um evento por ano e reunir um punhado de intelectuais – marxistas envergonhados - que com suas divagações teóricas isolam cada vez mais o marxismo - ferramenta de interpretação e transformação da realidade - da classe trabalhadora. São primadas horas e mais horas discutindo vírgulas e mais vírgulas que Marx usou no O Capital, e o duplo sentido que isso ofereceu a seus escritos, ou então a definição acertada ou errônea que Nicos Poulantzsas fez em relação ao Estado, enquanto que uma análise primordial como a da crise estrutural do capitalismo (crise econômica) que afeta seu país central – EUA – passa em branco para esses “marxistas’’. Nesse sentido, não se discute se a ferramenta marxista ainda pode ser utilizada para tanto interpretar como transformar a realidade, a recomposição lenta e gradual do movimento operário a nível mundial, as crises de direção do movimento de massas, as possíveis repercussões da crise financeira nos países centrais ou semi-coloniais. Se por “fatalidade” esse espaço puramente acadêmico permitiu a presença de algum trabalhador, com certeza o mesmo diria que o marxismo não responde as suas questões vitais e centrais de luta. É claro, esse marxismo totalmente “academicizado” não responde às demandas dos trabalhadores.
Mais do que nunca se faz necessário que os estudantes marxistas entendam que ao passo que o marxismo também é dotado de uma rica e profunda teoria, é vital que o mesmo também se torne a ferramenta de luta da classe trabalhadora. Não podemos mais aceitar acusações e insultos da academia que os estudante marxista é apenas aquele que leu os 5 volumes de O Capital de “trás pra frente”. Ótimo e necessário que os marxistas busquem “beber” cada vez mais de teoria revolucionária, mas que se compreenda que o marxismo é uma ferramenta de luta, de interpretação e transformação social. Os trabalhadores, por suas condições materiais - o capitalismo não permite que os mesmos se formem teoricamente – não têm acesso a uma formação teórica, mas sentem na pele, dia-a-dia através da venda de sua força de trabalho, tudo que Marx, Engels, Trotsky e diversos outros teóricos revolucionários escreveram. Cabe aos estudantes e trabalhadores revolucionários um esforço cada vez maior de “desacademicizarem” o marxismo, tirando todo o viés profano, petulante e inofensivo que há anos a burguesia lhe concebeu, e deixar o mesmo concreto para a classe trabalhadora, resgatando desse modo, seu caráter transformador e subversivo.
A universidade é um espaço em disputa. Seu conhecimento HOJE serve para manutenção da ordem. No entanto, os estudantes devem lutar para que o conhecimento produzido nos “centros de excelência” burgueses sirva cada vez mais para orientar e compor – instrumentalizar - as lutas da classe trabalhadora, resgatando mais do que nunca o marxismo revolucionário. Desse modo, se coloca na ordem do dia a ligação orgânica, a união entre estudantes e trabalhadores, para que os estudantes atuem ao lado da classe trabalhadora para que a mesma possa suprimir tanto a sociedade burguesa como a universidade burguesa. O marxismo deve voltar a ser temido pela burguesia, por ser uma ferramenta revolucionária, e não uma mera teoria acadêmica.

Leandro Guanais (Che), estudante de História.
Militante do Movimento A Plenos Pulmões Franca

Pravda nº02


A Plenos Pulmões Unesp Franca


Com o ínicio de mais um ano e a entrada de novas pessoas na Universidade, o Movimento A Plenos Pulmões cumpre um importante papel de se contrapor ao projeto burguês de universidade e o seu conhecimento produzido, e se colocar enquanto referência para os estudantes que procuram partir do questionamento da universidade de classes para o questionamento da sociedade de classes. Para todos que busquem a construção de um movimento estudantil novo, radicalizado, que acredite em seus métodos de luta, e busque cada vez mais ser anti-burocrático, anti-governista e que se coloque ao lado da classe trabalhadora em sua luta política.
Nesse sentido, a APP da Unesp Franca lançou mais um jornal, o Pravda (nº 02), que busca partir de um balanço sério sobre as mobilizações, greves e ocupações do ano de 2007, tirando seus ensinamentos, apontando suas debilidades, discute a situação do novo campus construido a pouco e o significado político dessa obra, além de questionar a terceirização como forma de precarizar o setor dos trabalhadores mais marginalizados e oprimidos da universidade. Já está mais do que na hora dos estudantes e trabalhadores apresentarem uma saída para a crise universitária.